quinta-feira, 18 de junho de 2009

28º Congresso da UNE realizado na cidade de Belo Horizonte em julho de 1966

Fonte Jornal Estado de Minas setembro/1966

O Brasil na década de 1960 é representado por diversos movimentos sociais. Neste período de grande agitação política e mobilizações nacionalistas, podemos destacar a atuação dos estudantes, e porque não, do principal instrumento de luta contra a ditadura, a união nacional dos estudantes a UNE. O interesse da pesquisa acadêmica que vem sendo realizada no Centro Universitário UNA é estudar o 28º Congresso da UNE, realizado em Belo Horizonte, em 1966. E surgiu da necessidade de resgatar a memória de um período de repressão ao movimento estudantil.
Legalizada até o ano do golpe militar, 1964, a UNE oferecia aos estudantes uma maior integração na organização social do país, onde os gastos com o movimento estudantil eram financiados pelo próprio governo. Neste sentido, o uso do diálogo foi um importante instrumento no processo de reivindicações que se deu entre o governo e o grupo estudantil, fatores fundamentais para a UNE aumentar o poder de sua representação, no que diz respeito às lutas sociais que marcaram os anos de 1960.
No pós-golpe militar, muitos foram os momentos de repressão enfrentados pelos estudantes, entidades foram invadidas e fechadas, líderes foram presos e os que conseguiram escapar exilaram ou passaram a conviver na clandestinidade. Não poderia deixar de mencionar sobre o golpe de 1964 para entender os motivos e relevância que o 28º Congresso da UNE em 1966 teve. Para tanto, será necessário fazer uma análise da Lei Suplicy, (Lei nº 4.464, de 09 de Novembro de 1964 - Dispõem sôbre os Órgãos de Representação dos Estudantes e dá outras providências. Lei de autoria do Ministério da Educação que criou o Diretório Nacional de Estudantes (DNE) e o Diretório Estadual de Estudantes (DEE) retirando das entidades já existentes - UNE e UEE - suas representações legais). Projeto que acabou sendo um dos principais motivos de luta contra o governo. A nova lei vedava aos estudantes a participação em questões políticas, proibindo sua liberdade organizativa, criando assim, um clima favorável ao surgimento de um movimento político estudantil de denúncia e crítica à ditadura militar.
Tal congresso obteve o apoio dos padres e freiras para hospedar estudantes vindos de outros e estados e cidades. A sede da UNE de Minas Gerais, foi fechada pelo departamento de Vigilância Social e ocupada pela polícia militar. Todas as tropas policiais da capital foram mobilizadas para se localizarem em pontos estratégicos da cidade, assim como em todas as vias de acesso à capital, para impedirem o congresso.
Camila Costa Nascimento

2 comentários:

  1. Olá, Camila, tudo bem? V. sabe se naquele ano houve outras manifestações em BH? a fonte que v. tem é o Estado de Minas ou havia alguma outra?

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  2. Olá, Camila, tudo bem? V. sabe se naquele ano houve outras manifestações em BH? a fonte que v. tem é o Estado de Minas ou havia alguma outra?

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