sexta-feira, 19 de junho de 2009

CANÇÃO COMO FORMA DE PROTESTO-CHILE


Esse trabalho irá abordar as músicas que foram utilizadas como formas de protesto dentro de um cenário político social do Chile no período de 1962 a 1973, onde nesse curto período de tempo, há um fortalecimento de um partido socialista que tem seu grande momento com a sua vitória através de uma eleição democrática em 1970, até o golpe militar de 1973 e o primeiro ano dessa implantação dessa ditadura.
Tem o intuito de mostrar a importância da música como uma fonte histórica e o quanto ela pode contribuir para um estudo sobre uma realidade social em épocas distintas, já que esse tipo de arte reflete o que acontece ao seu redor, seja culturalmente ou politicamente.
MARCELO CAROLINO

A Falta de Liberdade de Expressão e Censura


Durante a Ditadura Militar no Brasil, várias, as organizações, de imprensa - seja rádio, TV ou jornais - foram censurados, pois não obedeciam as ordens do governo militar, após a promulgação do AI-5, todo e qualquer veículo de comunicação deveria ter a sua pauta previamente aprovada e sujeita a inspeção local por agentes autorizados. Obviamente, muitos materiais foram censurados. As equipes envolvidas, impossibilitadas de públicar maiores esclarecimentos, tomavam medidas diversas. Algumas publicações impressas simplesmente deixavam trechos inteiros em branco. Outros, publicavam receitas culinárias estranhas, que nunca resultavam no alimento proposto por elas. Além de protestar contra a falta de liberdade de imprensa, tentava-se fazer com que a população brasileira passasse a desconfiar das torturas e mortes por motivos políticos, desconhecidas pela maioria. A violência do Estado era notada nos confrontos policiais, pessoas conhecidas desapareciam misteriosamente durante os confrontos, mas, não era possível a muito imaginar as proporções reais de tudo isso. Aparentemente, o silêncio imposto em relação às torturas era para que menos pessoas se revoltassem e a situação se tornasse, então, incontrolável.
JULIEMERSON MARQUES

MOVIMENTO FEMININO PELA ANISTIA EM MINAS GERAIS



A Atuação do Movimento Feminino pela Anistia e de sua presidente, Helena Greco, no processo de redemocratização brasileira. A abordagem inclui a análise sobre a importância movimento feminino pela anistia no processo de redemocratização política no Brasil (1975 a 1985). Analisar a participação da mulher na campanha pela anistia política brasileira, sobretudo a atuação de Helena Greco no Movimento Feminino pela Anistia, núcleo em Minas Gerais.




ALESSANDRA BITENCOURT

Contagem 1968: Um Pouco de História




Pouco ou nada se fala no Brasil sobre o ano de 1968. Conhecido como o ano que não acabou. Muito há que falar ainda hoje. O que interessa para este breve texto é a greve ocorrida na cidade de Contagem, Minas Gerais, e que mobilizou 16 mil dos 21 mil trabalhadores das indústrias da região.
A greve nasceu nas fábricas. “Às 7 horas da manhã do dia 16 de abril de 1968, os operários da trefilaria da Siderúrgica Belgo-Mineira pararam as máquinas e ocuparam a fábrica. Logo, 1.600 metalúrgicos estavam em greve, a primeira da história da empresa”. Três dias após os metalúrgicos da Sociedade Brasileira de Eletrificação (SBE) aderiram ao movimento e, no dia seguinte, os 4.500 empregados da Mannesman pararam, trazendo junto de si, pela ordem, os trabalhadores da RCA, Pohlig Haeckel, Industram, Cimec entre outras (MIRANDA, Nilmário. A cidade operária símbolo. In Teoria e Debate, ano 21 maio de 2008, p. 21).
Os metalúrgicos tinham vencido o medo. Nada adiantaria a intervenção no movimento sindical. A greve surgiu dentro das fábricas e ali se instalou. O coronel-ministro Jarbas Passarinho, ao analisar o movimento, pôs em prática a “guerra” que prometeu frente aos grevistas. Disse que a atitude dos trabalhadores era ilegal, além de um desafio ao governo, e que os grevistas poderiam ser despedidos e enquadrados na lei de segurança nacional.
Acertou o não-pagamento dos salários dos dias parados com o patronato e a caça de um por um dos trabalhadores em suas casas. O parque industrial foi ocupado por mais de 1.500 policiais militares e as assembléias foram proibidas, assim como a distribuição de panfletos e manifestos. No dia 26 de abril, os últimos grevistas voltavam ao trabalho, em uma vitória aparente dos patrões (MIRANDA, Nilmário. A cidade operária símbolo. In Teoria e Debate, ano 21 maio de 2008, p. 22).
Mas qual foi o saldo real da “campanha” de Contagem? É que este movimento tornou-se um marco. Introduziu no Brasil um novo modelo de organização de trabalhadores. Recusou a lei antigreve e combateu o arrocho salarial de mais de 12% contado desde a tomada do poder pelos militares.
Levou o governo a conceder primeiro aos operários de Contagem e, depois, a todos os operários brasileiros, um aumento salarial de 10%, primeiro desde 1964. Mais: o patronato viu-se impedido de evitar a greve, perdendo também o controle sobre a massa trabalhadora (MIRANDA, Nilmário. A cidade operária símbolo. In Teoria e Debate, ano 21 maio de 2008, p. 22). Dependia ele (patronato), agora, do poderio do Estado para combater o movimento paredista. Os trabalhadores se fizeram ouvir de verdade.
O que se pode dizer é que os trabalhadores de Contagem, em quem se inspirariam os de Osasco, São Paulo, para um movimento posterior, mostraram com clareza que são eles (trabalhadores) os verdadeiros construtores da sociedade.
Suas lutas definiram uma identidade ativa, não mais moldada ao bel prazer dos poderosos, mas sim na atividade viva da massa trabalhadora, sem qualquer paternalismo que levaria à sua domesticação (como muito ocorre hoje), buscando evitar sua alienação extrema, esta sustentada por uma tal cidadania regulada fruto da cultura burguesa posta (CATTANI, Antônio David. A ação coletiva dos trabalhadores. Editora SMCultura – Palmarinca, Porto Alegre, 1991, 36/40).
A greve de 1968 em Contagem jamais foi ou será esquecida. Ela significou a novidade na organização e resistência dos trabalhadores. É o embrião de movimentos de bairros, favelas e moderna organização sindical. Fez com que os militares sentissem o poder da classe operária, poder este que lhes é nato, como principal agente de transformação e emancipação social. De contagem surge Osasco. De Osasco a Democracia floresce.


Texto extraído de: Rafael da Silva Marques – Juiz do Trabalho.
Artigo publicado originalmente no jornal Gazeta do Sul


Fonte: http://www.diap.org.br/index.php/agencia-diap/5135-sondagem-de-votos-indica-absolvicao-de-paulinho-no-conselho-de-etica
ROGÉRIO ANDRÉ BARBOSA

quinta-feira, 18 de junho de 2009

28º Congresso da UNE realizado na cidade de Belo Horizonte em julho de 1966

Fonte Jornal Estado de Minas setembro/1966

O Brasil na década de 1960 é representado por diversos movimentos sociais. Neste período de grande agitação política e mobilizações nacionalistas, podemos destacar a atuação dos estudantes, e porque não, do principal instrumento de luta contra a ditadura, a união nacional dos estudantes a UNE. O interesse da pesquisa acadêmica que vem sendo realizada no Centro Universitário UNA é estudar o 28º Congresso da UNE, realizado em Belo Horizonte, em 1966. E surgiu da necessidade de resgatar a memória de um período de repressão ao movimento estudantil.
Legalizada até o ano do golpe militar, 1964, a UNE oferecia aos estudantes uma maior integração na organização social do país, onde os gastos com o movimento estudantil eram financiados pelo próprio governo. Neste sentido, o uso do diálogo foi um importante instrumento no processo de reivindicações que se deu entre o governo e o grupo estudantil, fatores fundamentais para a UNE aumentar o poder de sua representação, no que diz respeito às lutas sociais que marcaram os anos de 1960.
No pós-golpe militar, muitos foram os momentos de repressão enfrentados pelos estudantes, entidades foram invadidas e fechadas, líderes foram presos e os que conseguiram escapar exilaram ou passaram a conviver na clandestinidade. Não poderia deixar de mencionar sobre o golpe de 1964 para entender os motivos e relevância que o 28º Congresso da UNE em 1966 teve. Para tanto, será necessário fazer uma análise da Lei Suplicy, (Lei nº 4.464, de 09 de Novembro de 1964 - Dispõem sôbre os Órgãos de Representação dos Estudantes e dá outras providências. Lei de autoria do Ministério da Educação que criou o Diretório Nacional de Estudantes (DNE) e o Diretório Estadual de Estudantes (DEE) retirando das entidades já existentes - UNE e UEE - suas representações legais). Projeto que acabou sendo um dos principais motivos de luta contra o governo. A nova lei vedava aos estudantes a participação em questões políticas, proibindo sua liberdade organizativa, criando assim, um clima favorável ao surgimento de um movimento político estudantil de denúncia e crítica à ditadura militar.
Tal congresso obteve o apoio dos padres e freiras para hospedar estudantes vindos de outros e estados e cidades. A sede da UNE de Minas Gerais, foi fechada pelo departamento de Vigilância Social e ocupada pela polícia militar. Todas as tropas policiais da capital foram mobilizadas para se localizarem em pontos estratégicos da cidade, assim como em todas as vias de acesso à capital, para impedirem o congresso.
Camila Costa Nascimento